segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Reflexões sobre o Pensamento e a Prática da Comunicação

Comunicação não é algo natural que os seres humanos já nasçam fazendo, ou que as organizações consigam realizar pelo fato de estarem inseridas no mercado, mas sem dúvida diz respeito a uma habilidade que as pessoas e organizações poderão desenvolver uma vez que reúnam, a princípio, as condições físicas, psicológicas, sociais, culturais e tecnológicas para tal empreendimento.
Conhecer o processo de comunicação é necessário para que as pessoas e organizações possam se conscientizar de suas práticas comunicacionais e, consequentemente, transformá-las a partir de reflexões tanto do campo das ideias como da prática em se comunicar.
Há uma forte tendência dos estudiosos se dividirem em correntes que priorizam ou o plano teórico ou a prática. Há um risco quando se enfatiza a superioridade da teoria conduzindo a um pensamento idealista e, por outro lado, quando se enfatiza a prática, recaindo sobre um pragmatismo característico de uma abordagem meramente utilitária da ação de comunicação.

Idealismos costumam separar racionalidade e realidade; praticismos preconizam uma visão meramente utilitária da ação humana. Uma formação exclusivamente técnica pode ser o equivalente de práticas de reprodução sem intentos de experimentação e sem incentivos à criatividade. Faz-se exigível um intenso e ininterrupto diálogo crítico entre reflexão e produção, na crença de que, somente quando conscientemente se estima, julga e afere o que se produziu, é que se está em medida de produzir algo novo e melhor. O saber teórico crítico é transformante; quanto à prática técnica específica, diremos que, mesmo aperfeiçoando-a materialmente, esta favorecerá a reprodução. Será barro sem esperança de escultura. A pura e simples reprodução serve à repetição infértil, que é parente próxima da mediocridade (POLISTCHUCK; TRINTA, 2003, p. 20).

A teoria e prática da comunicação são indissociáveis, pois, entende-se que os conhecimentos teórico-metodológicos e críticos encontram sua necessária contraparte em saberes técnico-instrumentais. Um ponto que favorece este pensar dialético sobre teoria e prática é a constatação de que o saber teórico crítico é potencialmente transformante, ou seja, se afigura como condição necessária a toda intervenção criativa; e que a prática técnica específica mesmo que sendo aperfeiçoada, materialmente, favorecerá a simples reprodução.
O fenômeno da comunicação pode e deve ser estudado levando em consideração o pensar crítico sobre sua prática no cotidiano das pessoas e organizações. E, uma das formas para se empreender neste pensar sobre a comunicação é abordá-la sob o viéis do conhecimento científico. Segundo Polistchuck e Trinta,

Ciência e prática científica se deixam definir como um sistema bem organizado de definições e conceitos, que se prestam à produção de enunciados (descritivos, explicativos) referentes a dada circunscrição do saber. Por outras palavras, pode-se compreender a ciência como um conjunto de proposições (empiricamente testáveis) e de argumentos (logicamente verificáveis), que dizem respeito a determinado campo de estudos. A abstração (pensamento teórico), à qual se dá curso, conduz à formulação de hipóteses, e estas, verificadas por procedimentos empíricos, podem instruir a experiência prática( 2003, p. 27).

            O conhecimento científico da comunicação é uma explicação racional do fenômeno obtida e testada através do método científico em busca de explicitar a verdade sobre o mesmo.
 O estudo da comunicação se fundamenta em um conjunto de saberes e de práticas pertencentes a diversas disciplinas e distintos campos, entre elas: psicologia, sociologia, antropologia, linguística, etc.
Neste sentido, ao fazer-se uma abordagem do fenômeno da comunicação os estudiosos o farão a partir de seus quadros de referência que nortearão a delimitação do objeto de estudo, as hipóteses teóricas, métodos de análise e critérios de avaliação. Pode-se chamar esta estrutura lógica que delineia a ação do pesquisador de paradigma, abordagem teórica, viéis de pesquisa entre outros vocábulos.

O conhecimento teórico da Comunicação favorece a compreensão crítica das relações que, entre si, os indivíduos mantêm, bem como o quadro formado por sua cultura, sua inserção em um meio social e mesmo a relevância do papel que em tudo isso os meios de comunicação e a “sociedade da informação” desempenham (POLISTCHUCK; TRINTA, 2003, p. 67).

            A pesquisa na área de Comunicação tem sido fundamentada sob a lógica de paradigmas diverso, são alguns deles: a) o funcionalista-pragmático; b) matemático-informacional; c) conceitual ou crítico-radical; d) conflitual dialético; e) culturológico; f) midiológico e g) tecnológico interativista.
            O paradigma funcionalista – pragmático tem por solo filosófico o positivismo (o rigor científico) e o pragmatismo e tem por método, a investigação empírica, obrigando à pesquisa. O funcionalismo supõe que o desenvolvimento dos meios de comunicação corresponda a novas necessidades sociais e, sendo esse o caso, a tais meios compete proporcionar satisfações a expectativas de um público – parte da população total que se acha exposta à ação dos referidos meios. Os fatos e fenômenos da comunicação podem ser assim explicados funcionalmente, isto é, pelo modo como se inter-relacionam no interior de um sistema que os integra. Sociedades humanas são compostas por sistemas, todos eles bem definidos. Os modelos  construídos sob este paradigma foram:  a) O modelo da agulha hipodérmica; b) O modelo de Harold D. Lasswell; c)  Modelo Teórico de Paul Lazarsfeld; e d) O modelo teórico dos efeitos. 
O paradigma matemático-informacional que mensuração e aferição científicas de ações e reações humanas podem obedecer a protocolos de experiência feita em laboratório, constando-se com a exigível acuidade.  A formalização matemática de controle comportamental pela previsibilidade e o cálculo de seus sinais aparentes, bem como a regulação automática da ação humana em sua crescente adaptabilidade a contextos, motivaram uma teoria da Comunicação baseada em princípios matemáticos e estatísticos. Ao esquema básico do ato comunicativo e do processo de Comunicação – pelo qual um emissor, com referência a um código, elabora uma mensagem e a envia por um canal a um receptor – aduziu-se uma formulação matemática, com a finalidade de se determinar a medida de informação contida na mensagem e se proceder ao cálculo rigoroso das condições mais aptas para a sua transferência ou seu transporte pelo canal. Suas disposições se aplicavam tanto a processos comunicacionais humanos, quanto a máquinas, estendendo-se ainda a outros sistemas. Tratava-se de um sistema linear, cuja construção encontrava sua justificativa nos incentivos tecnológicos que provinham de domínios como a comunicação telefônica. Sob este paradigma tem-se: a) o modelo Teórico-matemático da comunicação (Shannon e Weaver); b) modelo teórico de David Berlo; e c) Modelo teórico de Wilbur Schramm.

O paradigma conceitual ou crítico-radical tem em comum com o funcionalismo sociológico a constatação de que os meios de comunicação criaram uma “cultura industrializada”, alinhada aos critérios de padronização e produtividade relegando a criatividade na produção cultural. Encontram-se neste quadro de referência: a) A Escola de Frankfurt; e b) O modelo teórico do agir comunicacional de Jürguen Habermas.
Sob o paradigma conflitual – dialético abrigam-se concepções filosóficas e elaborações sociológicas que entendem a vida social como uma realidade movente. A perspectiva histórica, suas transformações, assim como as relações entre o presente e o passado, constituem a pedra angular de suas teorias, orientando a confecção de seus modelos. Esse paradigma conflitual-dialético se funda sobre o princípio da contradição. O conflito inerente à vida social implica a existência de forças antagônicas, as quais, operantes na sociedade e na cultura, as constituem como tais. A resolução dos conflitos (tese x antítese) fará surgir o novo (síntese), promovendo alterações dinamizadoras e mudanças estruturais, a começar pelo campo das Comunicação, os modos de percebê-lo, de o conhecer e, sobretudo, de nele atuar. Os modelos que expressam os pressupostos da teoria crítica são: a) O modelo teórico da proposição marxista; b) Modelo teórico da dependência; e c) Modelo teórico neomarxista.
O paradigma culturológico dá menos importância aos meios de comunicação e confere maior relevância às produções significativas da “indústria da cultura”, como filmes, seções de jornais, revistas especializadas, histórias em quadrinhos, ficção de TV etc. A cultorologia corrige a teoria crítica, ao situar-se no âmbito da antropologia cultural e da análise estrutural, podendo ser considerada, sob certos aspectos, precursora de um modelo teórico recepcional. Como ícones desta paradigma, tem-se: a) O modelo teórico-cultural de Edgar Morin; e b) O modelo teórico dos Cultural Studies.
O enquadramento teórico midiológico se preocupa com a mídia em sua materialização. Importa ao midiólogo não a elaboração de mensagens, mas a lógica técnica que a ela preside; ele quer saber de seus suportes, não de conteúdos, formas discursivas ou estratégias de persuasão nela encontrados. Têm-se os modelos que representam este paradigma: a) O modelo teórico do meio como mensagem; b) o modelo teórico da midiologia francesa
Na tentativa de explicar as novas tecnologias de comunicação tem-se a abordagem horizontal-interacionista. que aborda a comunicação multimídia.. À diferença de outros meios de comunicação, em que os papéis respectivos de fonte emissora e destinatários parecem bem especificados, na Internet todos ocupam posições simétricas, horizontalizadas. Cada usuário é um criador/emissor em potencial, porque o produto de sua criação pode ser exposto à disposição de outros usuários – todos habilitados a traçar suas “rotas de significação” pelo sistema do hipertexto. Como exemplares deste paradigma verifica-se a existência do modelo teórico da virtualização e o modelo teórico-crítico da fissura tecnológica.
Diante do exposto, pode-se inferir que se vive uma “quebra de paradigmas” sobre os estudos da Comunicação, uma vez que novas tecnologias de informação e comunicação estão exigindo outro olhar sobre o sujeito-receptor, acerca dos dispositivos tecnológicos e seus diversos usos. O sujeito-receptor ganha um status de co-participante da produção e emissão de mensagens e abandona o lugar de mero depositário de informações.

REFERÊNCIAS

HOHLFELDT, Antônio; MARTINO, Luiz C.; FRANÇA, Vera Veiga. (Orgs). Teorias da comunicação: conceitos, escolas, tendências. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

MATTELAR, Armand; MATTELART, Michele. História das teorias da comunicação. São Paulo: Loyola, 2005.

POLISTCHUK, Ilana; TRINTA, Aluizio Ramos. Teorias da Comunicação: o pensamento e a prática da comunicação social. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

11 comentários:

  1. Diário de Aula 01

    Paulo Alexandre da Silva Filho – 201120587

    A princípio a dinâmica para demonstrar que somos “seres do hábito”, já foi um reflexo do que seria passado na aula. Somos culturalmente treinados a pensar de uma determinada maneira e quando nos deparamos com situações distintas das comuns ao nosso cotidiano, há no mínimo uma apreensão. A aula foi dividida em demonstrar conceitos teóricos dos principais paradigmas ao qual foi envolvido o processo de comunicação ao longo dos anos. Os quais revelaram que teoria e prática não se separam no estudo comunicacional e a junção destes dá uma maior profissionalização ao processo nas organizações.
    A divisão dos paradigmas demonstra que o evoluir da comunicação, nos passou de um processo feito através de uma base linear, de ter um único emissor como referência, para um processo mais horizontal e interativo. Realidade essa que estamos vivendo hoje onde a cultura midiológica passou a uma base muito mais ampla e onde as mídias tradicionais perdem um pouco de força de influência e passa a ter que adaptar-se a essa nova realidade mais interativista.
    Ou seja, desde a dinâmica das letras (seres do hábito) até o término das teorias dos paradigmas da comunicação é verificado que temos que romper de vez com esses paradigmas e lhe dar de maneira profissional, baseado em práticas que sejam carregas de teoria, em prol de um processo que tenha como foco profissionalizar os diversos meios de comunicação. Obtendo maior poder de influência no público alvo e através de relacionamento, nos canais de comunicação, criar vínculos comerciais e com isso estar atingindo os objetivos mercadológicos da empresa frente a este novo cenário.

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  2. Diário de aula - 12.12.2011
    Juliana Lopes

    O que é comunicação? Qual o seu papel na sociedade? Esses e outros questionamentos sempre existiram e são debatidos por diversos estudiosos. Chegar a um denominador comum não é fácil, até porque a comunicação é uma ciência que está sempre em evolução. Por ser na grande maioria das vezes intangível, a comunicação se torna uma fonte de pesquisa qualitativa e subjetiva. Como foi visto na sala de aula, também podemos dizer que a comunicação reflete o modo de agir e pensar das sociedade, o que mostra mais uma vez que a comunicação vive em constante evolução. Hoje a comunicação é uma via de mão dupla. A sociedade não apenas recebe a comunicação, ela hoje produz, reproduz e compartilha essas informações que chegam até ela. A questão agora é saber como isso será administrado pela sociedade. Chegamos a um estágio na comunicação onde o “existir” está atrelado a viver em rede. E a Internet vem democratizando esse acesso. Em minha opinião, a Internet é um dos espaços mais democráticos que se foi criado pelo homem. Apesar de ainda termos no Brasil diversas dificuldades de acesso, devido à baixa qualidade dos serviços e valores elevados, é na Internet que as pessoas flutuam no mesmo espaço, independente do sexo, idade, cor, renda etc. Uma pessoa em uma lan house em um bairro da periferia pode está acessando o mesmo site e tendo acesso as mesmas informações que uma pessoa que está em casa, em uma cobertura localizada em um dos bairros mais valorizados da cidade. Essas mesmas pessoas podem deixar a sua opinião em um texto, compartilhar ideias, coisa que talvez nunca acontecesse se não existisse a Internet. Mas essa democratização só está começando e o desenrolar desse processo é algo que será (ou já está) sendo estudado e questionado.

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  3. Apesad de como falado ter achado o conteúdo muito "acadêmico" os pontos de vista dos estudiosos na minha visão são vislumbres de tendências (ou até mesmo Comprovação de fatos ainda não percebidos), ao estuda-los/observamos podemos entender a evolução dessa comunicação como parte da própria evolução da humanidade aonde os ditos veículos estão em constante adaptação as demandas apresentadas, o que acaba por nos dar até progressões do que poderá vir a ser demandado!

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  4. A área da comunicação é muito complexa e há vários anos, são apontadas soluções divergentes, e sempre sob opiniões variadas do conhecimento. A aula e o texto apresentados abrem um leque para desenvolvermos reflexões que possam nos ajudar a compreender o processo da comunicação. Ficou claro que há uma forte tendência dos estudiosos se dividirem em correntes que priorizam ou o plano teórico ou a prática, há com isso o risco de se enfatizar a teoria conduzindo a um pensamento idealista ou enfatizar a prática, recaindo sobre um pragmatismo da abordagem apenas utilitária da ação de comunicação.
    Deve-se, porém, haver uma intersecção entre a teoria e a prática da comunicação, levando em consideração o pensar crítico sobre sua prática no cotidiano das pessoas e organizações. O conhecimento teórico favorece a compreensão crítica das relações entre os indivíduos, sua cultura, o meio social em que vive, analisando também a relevância do papel que em tudo isso os meios de comunicação e a “sociedade da informação” desempenham.
    Para entender melhor a comunicação, é preciso buscar as contribuições originadas de várias áreas de conhecimento – Filosofia, Sociologia, Psicologia, Linguística.
    Por isso, ao estudar o fenômeno da comunicação é preciso partir dos quadros de referência, é o que se chama paradigma. Entre eles: funcionalista-pragmático; matemático-informacional; conceitual ou crítico-radical; conflitual dialético; culturológico; midiológico e tecnológico interativista.
    Em linhas gerais, a comunicação é hibrida, e está em permanente movimento. E hoje, com a internet deixamos de ser apenas um depositário de informações para sermos co-participantes da produção e emissão de mensagens.

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  5. A teorização sobre Comunicação é um fato recente, se levarmos em consideração aos estudos das demais ciências. A comunicação hoje, baseada na Teoria Tecnológica – interativista, onde emissor e receptor estão em simbiose, ainda requer um estudo constante.

    A tecnologia está mudando nosso jeito de ser comportar, de comprar, de pensar, e também, nossa forma de comunicar uns com os outros. Já convencionou-se chamar de cibercultura, onde o meio virtual passou a mediar relações e passou a ter lugar central no meio político, econômico, cultural do planeta. Hoje, nossas idéias tem uma propagação em esfera mundial. Um filme ou um produto pode ser lançado no mundo inteiro simultaneamente e as opiniões são divulgadas no momento real do dado acontecimento. O imediatismo e a seletividade de informações estão construindo receptores/emissores. Ou seja, ao mesmo tempo que acho interessante uma notícia, viro emissor ao compartilha-la com os demais.

    Há facilidade também em mensurar dados de quantas pessoas compartilharam ou clicaram em determinada notícia. A informação e quem a detém são produtos desejados pelas empresas. E desejados também por disseminar um conteúdo/forma de pensar, a fim de persuadir/manipular o público de massa. A teoria tecnológica interativista, também carrega ,em determinados meios de comunicação, o ideal de poder e de se manter no poder. A informação tem poder. Quem tem a informação tem poder.

    Mas, com a acessibilidade, também existem formas e fontes diversas para questionamentos e debates, o que torna nossa comunicação mais democrática.

    Ainda há muito a pesquisar sobre esta nova forma de comunicação, com base em dados empiricamente testáveis e logicamente verificáveis, percebe-se que ,aos poucos, esse ambiente está se popularizando. Contudo, a efemeridade com que a tecnologia, baseada em ser interativa”, produz mais e mais produtos, gera uma onda consumista a fim de estar a frente de mais e mais formas de se comunicar. E que muitas vezes constrói uma relação tensa com a máquina. Uma relação, acima de tudo, ainda formada por uma minoria.

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  6. Diário de aula: 12.12.2011 – Teorias da Comunicação

    O conteúdo tratado em aula foi ótimo para despertar os fatores complexos acerca do processo de comunicação. A própria evolução das Teorias da Comunicação e os anos de estudos necessários ao amadurecimento dos conceitos enfatizam essa complexidade.

    Não sem razão, as Teorias da Comunicação compreendem uma série de estudos sobre comunicação social, envolvendo o conhecimento de diversas Ciências como Sociologia, Filosofia, Psicologia, etc., dependendo do tipo de abordagem estudada. Tais estudos, portanto, não constituem um corpo homogêneo ou contínuo, pois representam uma multiplicidade de conhecimentos, métodos e pontos de vista heterogêneos e discordantes.

    Diversos autores se debruçaram sobre a Teoria da Comunicação numa tentativa de sistematizá-la ou classificá-la, entretanto, à medida que o indivíduo passa a ser gradualmente percebido em toda sua totalidade, considerando suas características sociais, culturais, psicológicas, religiosas, econômicas, etc., os teóricos vão entendendo os limites da cada Teoria para compreensão da real dimensão dos efeitos da comunicação sobre a sociedade.

    Desde a Teoria Hipodérmica que tratava a massa de indivíduos como idêntica, onde as informações atingiam a todos da mesma maneira e sem resistência, até a compreensão da superficialidade do método que deu origem às escolas posteriores, avançamos nas metodologias de análise, que passaram a considerar o processo de seleção das informações midiáticas, geração e divulgação, valorizando não só o conteúdo, mas a forma como o mesmo era veiculado, graças à percepção de que a qualidade do que era difundido tinha ligação direta com os efeitos causados no receptor. Mais tarde, compreendeu-se finalmente que a influência da mídia sobre os indivíduos é limitada, passando por diversos filtros, em conformidade com suas perspectivas individuais e seu contexto sócio-cultural e político.

    Com o desenvolvimento da tecnologia e o recente fenômeno das mídias sociais, as Teorias de Comunicação atravessam uma nova fase de evolução nos conceitos, pois o indivíduo, primeiramente interpretado como mero receptor de mensagens, passa a ser percebido em suas diversas dimensões sociais, culturais, econômicas, psicológicas e sensoriais, assumindo papel de formador de opinião e agente de transformações sociais. Nesse processo, a percepção crítica e colaborativa fertiliza o terreno das ideias e essas, por sua vez, ampliam as possibilidades, nas mais variadas áreas de interesse. O resultado produzido atravessa as fronteiras do ideal imaginário do emissor da mensagem. Assim, a análise deixa de ser centrada no comportamento dos indivíduos e passa a focar a sua ação social, suas interações, seus valores e modelos sociais assumidos na comunidade.

    Ana Claudia.

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  7. Diario de Aula 12.12.2011

    Os meios de comunicação propiciam novas condições de experiência e atuam no sentido de fornecer os temas de discussão na sociedade.

    Cada indivíduo é diretamente atingido pela mensagem veiculada nos meios de comunicação, porém ao longo do tempo o comportamento em termos de estímulo e resposta foram se modificando, a presença dos meios configura uma nova forma de pensar e de agir. As mídias possuem um grande peso referente as informações transmitidas e a internet é o ponto maior desses meios na atualidade.

    Durante a aula revisamos as teorias do processo de comunicação e sua evolução, entendemos que a criação do capital intelectual pode ser percebida como uma conseqüência do capital social, pois o primeiro é fonte de vantagem competitiva considerada valiosa para as organizações e o segundo já está presente nas relações sociais, sendo baseado em confiança e permitindo o alcance de um objetivo comum, além disso falamos também diferenças entre Teoria, Prática, Idealismo e Pragmatismo.

    Como toda prática surge de uma teoria e a aula de fundamentos da comunicação está nivelando e aplicando o conteúdo necessário para a fase prática do curso.

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  8. A princípio a comunicação tinha como base a linha frankfurtiana de ser um processo unilateral, onde o emissor era dominante e o receptor não tinha o poder de interação.

    Se analisarmos a comunicação digital há pouco mais de 15 anos, não existiam blogs, nem a diversidade de redes sociais que temos nos dias de hoje e não existiam ferramentas que facilitassem a criação de sites; tampouco pessoas com conhecimento técnico para o mesmo. Tudo que era visto na internet, de certa forma era tido como verdade, pois não havia "ruídos" no processo de comunicação. Era um sistema não igualitário e, para muitos estudiosos, descaracterizado como processo de comunicação, pois não existia interatividade entre as partes.

    Hoje em dia, pode se dizer que a comunicação - analisando o meio digital - é plurilateral. Muitos falam para muitos. O processo midiático contribuiu para uma comunicação totalmente interativa, onde os indivíduos deixam de ser meros receptores e passam a ser – também – formadores de opinião e têm o mesmo poder de interação semelhante às grandes mídias.

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  9. O que mais chamou a minha atenção foram as diversas teorias da comunicação, e dentre elas a visão de que a comunicação de massa foi criada para "alienar" as pessoas. De certa forma concordo, pois antes o que era "jogado" para as pessoas seguia na forma de verdade quase que absoluta. Não haviam opções e mecanismos de contestação, como os de hoje.

    Isso mostra a importãncia das diversas teorias e estudo do passado, para nos ajudar a entender os desafios atuais e superá-los.

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  10. Para Madre Tereza de Calcutá, uma das primeiras necessidades do ser humano é comunicar-se. E é. É através dela que o homem se relaciona, interage com outros, é capaz de se desenvolver intelectualmente. Mais do que isso, graças à comunicação o homem escreve sua própria história, e faz registro dela, oferecendo um legado cultural para as futuras gerações. Por isso ela se faz tão necessária e tão presente em nossas vidas.
    Por ser um fenômeno complexo, a comunicação deve ser estudada/analisada sob a luz de diversos conhecimentos (pela antropologia, sociologia, lingüística, etc.). Pois mesmo sendo uma prática natural e uma necessidade, tornar-se consciente do seu processo e refletir sobre o ato de comunicar-se é imprescindível para o aprimoramento do processo. O pensar sobre ele se torna tão essencial quanto o próprio processo. Os estudos sobre a comunicação, sob seus mais variados aspectos, é o que tem impulsionado o próprio desenvolvimento do comunicar-se e, por que não, da história da humanidade. Comunicação e história se confundem, enquanto definidores da evolução do homem. Por exemplo, o homem da pré-história possuía uma comunicação mais primitiva e rústica, de pouca ou nenhuma complexidade.
    Dessa forma, em momentos determinantes da história do homem foram elaboradas teorias, que tentaram explicar, de forma empírica, o que é comunicação, qual a sua finalidade, objetivos, caminhos e tendências. É preciso ressaltar que cada teoria comunicacional foi desenvolvida em um contexto cultural, sob determinados pontos de vista, tentando oferecer/criar uma verdade sobre o ato de comunicar-se. Para cada época, talvez, aqueles paradigmas se tornaram, por um tempo, verdade. Novos questionamentos foram surgindo e novas verdades foram estabelecidas, reproduzindo empiricamente as reflexões acerca da comunicação. Essa afirmação pode ser resumida pela dialética hegeliana da “tese versus antítese igual à síntese”. Após diversos estudos sobre a comunicação de massa (que refletiu a forma de se comunicar das últimas décadas do século XX), a sociedade vive agora novos modelos comunicacionais, que buscam analisar e explicar novos fenômenos, novos meios, como a comunicação virtual, assim como as novas relações entre os agentes da comunicacionais (emissor e receptor). Então, na verdade, mais do uma quebra de paradigmas, as teorias de comunicação buscam definir o processo vivenciado em determinado período da história.
    Diante do exposto, sobram alguns questionamentos? Quem define o que é comunicação em cada época? Que tipo de poder e influencia os teóricos da comunicação e os donos dos meios de comunicação têm sobre sua evolução? Como a forma de comunicar-se se tornou mais expansiva (com a criação de novos meios), e, portanto mais acessível e democrática, será que vão surgir novas formas de “poder”? Ou será que a comunicação se tornará um instrumento capaz de equalizar as relações entre os homens e poderá ser usada para que a sociedade atinja uma forma de viver mais igualitária e justa? Será que estamos caminhando para tal experiência comunicacional?

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    1. Em relaçao a importancia da comunicaçao sao canais de convivencia ao transmitir mensagens atravez das palavras seguindo regras e de que maneira cada individuo tem a se comunicar em meios de variaçoes da nossa lingua as pessoas diferem o seu perfil entre regioes e ao evidenciar suas proprias caracteristicas de se transmitir algo ligando um individuo ao outro usando codigo em suas diferenças em sua origens.

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